quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Aula sobre capacetes de segurança para altura


SINTESP - Acidentes de trabalho podem causar a morte de vários trabalhadores


Operário da construção civil morre em acidente em obra


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Operário da construção civil morre em acidente em obra

A empresa responsável pela obra não foi encontrada para comentar o caso




Um trabalhador da construção civil morreu depois de um acidente na tarde desta quinta-feira (10) na avenida Garibaldi. Silvano dos Santos, 41 anos, caiu em um fosso de elevador e ficou preso nos ferros. Socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), ele não resistiu aos graves ferimentos e morreu.
Segundo o sindicato da categoria (Sintracom), o operário era ajudante prático de carpineiro e trabalhava para a empreiteira Monfort, teceirizada da empresa MV. Ele trabalhava no canteiro de obras do condomínio Celebrate Garibaldi. Segundo o diretor de saúde do Sintracom Arielson Ferreira, Santos estava trabalhando no nível do chão - a obra está começando e ainda não tem laje - quando se desequilibrou e caiu em um fosso cavado para o elevador. "Cavaram um buraco no fundo para o elevador, fica uns ferros lá, que eram para estar isolados, mas não estavam. Foi uma queda de 1 metro e meio mais ou menos", diz.
Representantes do Sintracom estiveram no canteiro, onde trabalhavam cerca de 100 operários. Uma solicitação será encaminhada para a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE). "Está embargada, amanhã vai continuar embargada. Aquela obra ali ainda tem locais de risco que ameaçam a vida dos trabalhadores. Nós mesmos estamos embargando a obra até ser feita a perícia do acidente, precisa ser dado um embasamento para os trabalhadores. Está no começo da obra e já aconteceu esse acidente", diz Ferreira.
Silvano é natural de Maragogipe, mas vivia em Itinga. Não há informações sobre seu sepultamento.
O Sintracom informa que em 2011 foram 99 acidentes de trabalho com 18 mortes. Em 2012, foram 99 acidentes com 18 mortes. Ainda não há dados sobre 2013.
A empresa responsável pela obra não foi encontrada para comentar o caso.

Acidentes do Trabalho



Acidentes de trabalho
Cerca de 700 mil casos de acidentes de trabalho são registrados em média no Brasil todos os anos, sem contar os casos não notificados oficialmente, de acordo com o Ministério da Previdência. O País gasta cerca de R$ 70 bilhões esse tipo de acidente anualmente.

Entre as causas desses acidentes estão maquinário velho e desprotegido, tecnologia ultrapassada, mobiliário inadequado, ritmo acelerado, assédio moral, cobrança exagerada e desrespeito a diversos direitos. 

Os acidentes mais frequentes são os que causam fraturas, luxações, amputações e outros ferimentos. Muitos causam a morte do trabalhador. A atualização tecnológica constante nas fábricas e a adoção de medidas eficazes de segurança resolveriam grande parte deles.

Na sequência, aparecem os casos de lesões por esforço repetitivo e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/Dort), que incluem dores nas costas. A prevenção se dá por correções posturais, adequação do mobiliário e dos instrumentos e dosagem da carga de trabalho. 

Em terceiro lugar, aparecem os transtornos mentais e comportamentais, como episódios depressivos, estresse e ansiedade. Segundo Remígio Todeschini, diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência Social, esses são os problemas de solução mais complexa. 

Para ele, falta valorizar o trabalhador. “Ele precisa ter orgulho do que faz, sentir-se valorizado, para ganhar qualidade de vida e bem-estar, não doenças”, diz.

A aplicação do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), a partir de 2010, obrigou as empresas a pagarem mais impostos sobre a folha de pagamentos conforme o índice de acidentes de trabalho. Esses recursos servem para financiar o Seguro Acidente de Trabalho (SAT), para custear benefícios ou aposentadorias decorrentes de acidentes de trabalho.

Uma nova Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho foi criada em 2011. Antes focada em reabilitação e tratamento, agora ela visa à prevenção, com ações combinadas de três ministérios: Previdência, Trabalho e Saúde. 

Para Jeferson Seidler, auditor fiscal do trabalho no Ministério do Trabalho, uma cultura de trabalho seguro e saudável começa com o comprometimento efetivo dos empresários e gestores. “É preciso investir nesse campo com o mesmo empenho com que se investe na qualidade dos produtos ou no controle financeiro”, diz. 

Embora o número de acidentes esteja caindo gradativamente, Seidler reconhece que ainda há muito que melhorar. Ainda acontece de empregadores e trabalhadores acharem que as medidas de segurança atrapalham o serviço e não levarem as normas a sério.

Para muitos trabalhadores brasileiros, qualidade de vida no trabalho parece ser um sonho distante. “Primeiro precisamos alcançar os patamares mínimos de trabalho decente, com jornadas de trabalho adequadas, remuneração justa, tratamento humano e risco muito baixo de acidentes e doenças”, afirma Seidler.

Fontes: Anuário Estatístico da Previdência, divulgado pelo Ministério da Previdência Social